quinta-feira, 19 de agosto de 2010

De novo, de novo, eu não canso. De novo eu estou fazendo romance em cima de um conto breve.



O que você está dizendo? 
milhões de vasos sem nenhuma for,
o que você está fazendo?
um relicário imenso desse amor.
(Relicário, Nando Reis)

... 
Reticências, são esses três pontinhos que me matam,  ponto final seria a dureza clara e o fim da história, seria você olhar para mim e falar de uma vez o que quer, ponto final seria doloroso, mas seria mais simples,  mais rápido e sem enrrolações. Odeio enrrolações. Mas eu escolhi esse conto, e como qualquer outro conto, tinha que ter essa incerteza. Três pontinhos são o que me matam. E você continua indo embora, do nada, sem mais nem menos, sem aviso prévio pra que eu pudesse planejar algum tipo de despedida ou sei lá, e eu continuo ficando, vendo você levar partes de mim que antes eu nem sentia falta e que eu nunca pensei que você conseguisse levar tão fácil, partes de mim. E você continua escrevendo sua história pulando linhas, errando palavras, esquecendo os títulos, revivendo o passado. E eu continuo escrevendo seu nome com letras cheias, para tentar preencher você de alguma maneira. Pra tentar deixar tangível a sua existência.

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