domingo, 19 de junho de 2011

Sobre dependências.


Tu te tornas eternamente responsável,
por aquilo que cativas.
(Antoine De Saint Exúpery)

Devemos cuidar do nosso coração, da nossa vida e traçar a nossa estrada, devemos também cuidar do coração de quem nós cativamos e cruzar a estrada de quem conquistamos. Temos que aceitar as situações, as distâncias e as dificuldades, e imaginar que se nada fosse dessa forma, a pessoa que mais te faz bem, não teria sido apresentada para você. Dias atrás, conversando com uma pessoa muito querida, ela me falou: "Não quero você tão dependente de mim; E se eu te faltar algum dia?" É, doeu muito ouvir isso de alguém que eu tanto gosto e considero, não vou mentir. Eu ainda pensei em dizer : "Como você tem a coragem de falar isso, para uma pessoa que te quer tão bem? É pecado viu?" Mas as palavras não saíram, apenas, sentei na cama e chorei, procurando entender o porque disso ter sido dito. Não foi aquele choro escandaloso, gritante. Mas, aquele choro com tom de desgosto e bem quietinho. Parei de chorar, respirei fundo e fui rever a situação. E sem muita dificuldade, cheguei a mesma conclusão que a raposa teve para/com o pequeno príncipe, de que se nós nos cativarmos sentiremos necessidade um do outro e querendo ou não consequentemente nos tornamos dependentes. Depois de toda essa situação chata eu entendi o porque disso ter sido dito e também descobri que não foi por mal, foi por querer me ver bem que isso foi falado, mal falado, mas foi por isso. Mas ainda assim ficou a indagação de: Que mal há em (querer) ser dependente de alguém que nos faz bem? Se assim não for, será ao contrário, ou seja, seremos dependentes de alguém que nos faz mal e nos faz sofrer a cada segundo. É a lei da vida, já dizia meu querido Tom Jobim: "É impossível ser feliz sozinho." Então que sejamos dependentes de alguém que nos faz bem, nos faz sorrir, nos faz crescer. É inevitável nessa vida tão difícil de ser "vivida", qualquer um de nós não venha a se decepcionar um pouco, vezenquando, em qualquer situação rotineira de convivência. Isso mesmo, rotineira. A rotina, seja ela boa ou ruim, nos deixa dependentes, e se ela for boa então, como é a minha com essa pessoa tão querida, nos faz passar por cima de distâncias, falta de tempo e até as diferenças, para ter um ao outro, sempre. Nós temos apenas uma vida, não podemos adiar as coisas boas, ainda que por enquanto - pouco viáveis - para depois, não mesmo. Quando a vida te dá algo, ou alguém de presente, temos que agarrar tal coisa e vivê-la intensamente, pensando obviamente, no amanhã, mas sonhando e imaginando que tudo só tende a melhorar. O que não podemos, é, só porque a tal coisa ou o tal alguém está longe, largá-lo e dizer: "Cansei dessa situação, melhor parar por aqui." Às pessoas não são descartáveis e muito menos sem sentimentos, pelo contrário. Pessoas e sentimentos são duas coisas que devem ser cuidadas, regadas e cultivadas todos os dias. Isto é: Se você as quiser por perto e se elas realmente te fizerem bem. 

2 comentários:

  1. Gostei muito do texto e me fez bem lê-lo. Apresente-se lá no meu blog, te espero. Até mais!

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  2. Você escreve muito bem, me encaixei bastante no testo. Muito lindo mesmo.

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