terça-feira, 1 de novembro de 2011

E agora Zézim?


E as palavras, Zézim, foram aonde que não saem? Acho que ando precisando daquele dedo na garganta. É isso. Porque rimas forçadas e metáforas ensaiadas não valem de nada. O tempo anda difícil, é verdade, mas seria estupidez culpá-lo, você não acha? As frases, quando querem, dão sempre um jeitinho de virar rascunho no consciente.

Essa coisa absurdamente chata de não conseguir rabiscar nada além da falta agonizante de escrever tá incômodo. Alimentar a alma? Eu juro que . Ou eu acho? Não sei, preciso me atentar. A cabeça anda cheia, confesso. Cheia inclusive de coisas maravilhosas - é claro que tem uma preocupação aqui ou uma chateação ali, mas nada que não sobrevivamos. Não é falta de amor - ando sentindo com força, meu amigo, o coração tá batendo com um sorriso de uma orelha à outra. Assunto? Pra quê se o papel não filtra isso, ele só reorganiza a brutalidade inicial das letras e enfeita os sentimentos. Não é preciso pressa, não vou ficar procurando motivos, é besteira. Me aliviei. Te escrevo porque sei que me entendes. Logo você que poetiza qualquer sorriso, Zézim.

Mas, vamos deixar que o sublime faça morada em nós e a alma consiga logo vomitar todas as palavras que insistem em ficar paradas no cotidiano da memória. É sempre mais doce viver quando conseguimos fechar os ouvidos pra aquilo que odiamos ouvir e quando conseguimos enfim, deixar o passado que insiste em nos levar em regresso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário